Seguindo as três metáforas das redes Maria Ceci Misoczky — fluidos, teias e rizomas
como um, recurso discursivo que possibilita a revelação de multiplicidades,
deslocamentos e rupturas.
No
caso dos fluidos, quando Pierre
Musso , destaca a abordagem mitológica, técnica, médica ‑ biologia, fisiologia,
matemática que no Século XVIII indica a “saída do corpo”. Ou seja, a rede não é
mais observada sobre ou dentro do corpo humano, ela pode ser construída (...).
De natural ela vira artificial, de dada ela se torna construída (...). A rede pode ser construída porque ela se torna
objeto pensado em sua relação com o espaço. Ela se exterioriza como artefato
técnico sobre o território para encerrar o grande corpo do Estado-Nação ou do
planeta. Para se tornar operacional como artefato a rede deveria ser pensada
como conceito. De efeito de rede a ordem de rede.
Os
exemplos vieram de engenheiros geográfos e do engenheiro urbanista Ildefonso Cerdá que dizia: “...elementos constitutivos y
esenciales (de la influencia transformadora de la nueva civilización de la
era industrial del vapor: movimiento y comunicatividad)” (Cerdá TGU_
Teoria Geral da Urbanização). O capítulo sobre “Linhas, Redes e fluxos” In
Cidade do Século XIX, Guido Zucconi também ajuda a expor a metáfora da rede
fluido.
A
rede teia será tratada mediante a expressão “tecido das relações
sociais e produtivas” que podem se manifestar mediante “arquiteturas de
comunicação” como: ponto-a-ponto e centralizadas hub/spoke, com ou sem integração
horizontal feita ponto a ponto no conceito de todos-com-todos (federated),
em formações complexas.
A arquitetura da
rede centralizada é conhecida como hub/spoke, na qual o hub
representa (geralmente) a grande organização, que centraliza as operações em
torno de si, enquanto spokes (raios) são as atividades meio ou serviços.
Sobretudo, são os circuitos, fluxos, teias, espaços que a circulação desenha, para
além das determinações instrumentais e funcionais da produção fabril; é a
circulação emancipada da produção.
Independente
de uma arquitetura centralizada ou horizontal, as redes mundiais (do
capitalismo contemporâneo, da produção flexível) são um “jogo das relações”. A
conectividade das cidades globalizadas através das linhas difusas das
circulações materiais e imateriais é referida a atributos de fluidez, de fluxo,
de mobilidade e as porosidades que rejeitam os mosaicos e os limites.
Mesmo,
Michel Serres (1994) enfatiza o papel das malhas e das teias: “que interessam
os lugares de armazenamento [hubs], se as redes os interconectam? (...) Quando
o estoque se identifica com o fluxo, as grandes concentrações dispersam-se em
singularidades”.
Já
as características aproximativas de
rizoma/ rede são tradadas por Virginia Kastrup com interlocuções com Pierre
Levy; e também Suely Rolnik e o próprio Mil Platôs.
Nenhum comentário:
Postar um comentário