sexta-feira, 19 de outubro de 2012

três metáforas de redes


Seguindo as três metáforas das redes Maria Ceci Misoczky — fluidos, teias e rizomas como um, recurso discursivo que possibilita a revelação de multiplicidades, deslocamentos e rupturas.

No caso dos fluidos, quando Pierre Musso , destaca a abordagem mitológica, técnica, médica ‑ biologia, fisiologia, matemática que no Século XVIII indica a “saída do corpo”. Ou seja, a rede não é mais observada sobre ou dentro do corpo humano, ela pode ser construída (...). De natural ela vira artificial, de dada ela se torna construída (...).  A rede pode ser construída porque ela se torna objeto pensado em sua relação com o espaço. Ela se exterioriza como artefato técnico sobre o território para encerrar o grande corpo do Estado-Nação ou do planeta. Para se tornar operacional como artefato a rede deveria ser pensada como conceito. De efeito de rede a ordem de rede.

Os exemplos vieram de engenheiros geográfos e do engenheiro urbanista Ildefonso Cerdá que dizia: “...elementos constitutivos y esenciales (de la influencia transformadora de la nueva civilización de la era industrial del vapor: movimiento y comunicatividad)” (Cerdá TGU_ Teoria Geral da Urbanização). O capítulo sobre “Linhas, Redes e fluxos” In Cidade do Século XIX, Guido Zucconi também ajuda a expor a metáfora da rede fluido.

A rede teia será tratada mediante a expressão “tecido das relações sociais e produtivas” que podem se manifestar mediante “arquiteturas de comunicação” como: ponto-a-ponto e centralizadas hub/spoke, com ou sem integração horizontal feita ponto a ponto no conceito de todos-com-todos (federated), em formações complexas.

A arquitetura da rede centralizada é conhecida como hub/spoke, na qual o hub representa (geralmente) a grande organização, que centraliza as operações em torno de si, enquanto spokes (raios) são as atividades meio ou serviços. Sobretudo, são os circuitos, fluxos, teias, espaços que a circulação desenha, para além das determinações instrumentais e funcionais da produção fabril; é a circulação emancipada da produção.

Independente de uma arquitetura centralizada ou horizontal, as redes mundiais (do capitalismo contemporâneo, da produção flexível) são um “jogo das relações”. A conectividade das cidades globalizadas através das linhas difusas das circulações materiais e imateriais é referida a atributos de fluidez, de fluxo, de mobilidade e as porosidades que rejeitam os mosaicos e os limites.

Mesmo, Michel Serres (1994) enfatiza o papel das malhas e das teias: “que interessam os lugares de armazenamento [hubs], se as redes os interconectam? (...) Quando o estoque se identifica com o fluxo, as grandes concentrações dispersam-se em singularidades”.

Já as características aproximativas de rizoma/ rede são tradadas por Virginia Kastrup com interlocuções com Pierre Levy; e também Suely Rolnik e o próprio Mil Platôs.

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